terça-feira, 4 de novembro de 2008

Saudade

Neste dia gostava de escrever algo com sentido... mas como não sou propriamente um expert, e como queria escrever sobre o que está abaixo, deparando-me com este poema de Fernando Pessoa que é simplesmente brutal... sinto a necessidade de o partilhar:

Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
"Quem são aquelas pessoas?"
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!"
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

sábado, 9 de agosto de 2008

Campo de Girassois

No caminho para a casa encontramos um campo de girassois. Um campo alentejano repleto de girassóis ainda jovens, a arder sob um sol escaldante é seguramente das imagens que me proporciona imediata boa disposição!











É uma espécie extremamente versátil, sendo, utilizado no uso humano e também na alimentação animal, além do uso ornamental. A principal utilização do girassol, até o momento, é como matéria-prima para a produção de óleo comestível. O óleo extraído dos grãos é rico em gorduras polisaturadas (benéficas para a saúde humana). Existem cultivos com finalidades diversas, como por exemplo, para fins industriais e que apresentam alto teor de óleo; Os seus grãos são usados na produção de óleo e margarina. Outra alternativa de usos do girassol é como adubo verde.

Em função dessas características de adaptação, custo de produção e pela elevada produção de óleo, o girassol encontrou um novo uso: o Biodiesel.
O Biodiesel pode ser obtido de diversas fontes, e tido como um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, podendo ser obtido por processos de transesterificação, esterificação ou pelo craqueamento. Apesar de o Biodiesel ser produzido principalmente de canola e de soja, o biodiesel do girassol é muito procurado, por o óleo desta espécie destacar-se pelas suas características físico-quimicas e pelas viabilidade técnico-ambiental. Pode ser utilizado nos motores para sistemas de irrigação, motores de equipamentos agrícolas, o que faz com que o próprio produtor gere o seu combustível.

(Em cima: o girassol está sempre pronto para a foto!)

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Panorâmica...

Para quem duvída do isolamento da casinha... Apresento-lhes este "monte alentejano"! (Clica na imagem para ampliar)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Smells like esteva

Adaptado de http://mycarsongs.blogspot.com/2008/03/smells-like-esteva.html

"Se pudesse trazia sempre comigo uma garrafita com aquele cheiro único a esteva.


Armazeno na minha caixinha de cheiros psicológicos, este mesmo perfume selvagem...onde se juntam o cheiro a praia, o cheiro a chocolate quente, o teu cheiro, o cheiro das brisas de finais de tarde de verão, o cheiro a casatanhas assadas, a terra molhada nos primeiros dias de chuva... entre outros fantásticos..


Este particular cheiro a esteva faz parte de um único cenário que encontro sempre nas terras mágicas da Costa Vicentina...
Paraíso do qual gosto de sentirr que faço parte. Nem que seja pelo facto de amar o sítio e sentir que há qualquer coisa que me faz voltar sempre que posso.Não me canso de publicitar, mas alerto sempre... porque é certo que tal como outros paraísos... poderá estar em vias de se extinguir..


Por enquanto é paisagem protegida e não há pato bravo que consiga construir por lá... apesar das pressões economicistas e de ser um potencial alvo de investimento... e depois porque o vizinho "Algarve" está a rebentar pelas costuras e já não há espaço para mais aldeamentos e condomínios de luxo ou pseudo-luxo...


A costa vicentina faz parte de mim, faz parte dos meus sonhos e das minhas necessidades de fuga à loucura das nossas rotinas.Para quem procura silêncio, paz e bons cheiros psicológicos para coleccionar, podem fazer esse favor a vocês mesmos e rumar a sul (pela A2 pode ser...), virar à direita para Sines... E seguir a estrada de paisagens únicas que borda o litoral, passando por Porto Covo, Vila Nova, Zambujeira, Arrifana, e desfrutar de um merecido descanso em Sagres."


Por entre todas estas paragens, não esquecer os pontos fundamentais, uns petiscos em Porto Covo; os croissants da Mabi; um delicioso repasto na Tasca do Celso; o porco preto do Malavado; o paraíso chamado Fataca Rasta Farm; o Sudoeste de sempre; as mais belas praias, aquelas que só nós sabemos onde ficam; o mar da Arrifana; as ameijoas e caracóis; as pizzas de Pedralva; e para rematar em beleza, os percebes de Vila do Bispo...


Whatever, "abram as janelas do carro e deixem-se "encantar" pelo perfume da esteva... essa erva rasteira que faz milagres por mim e por quem, como eu, se apaixona por lá..."